Ano de conquistas para o Dançando
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Ano de conquistas para o Dançando
Para o Dançando com a Diferença o ano de 2018 que agora termina foi um ano de imenso trabalho que resultou no crescimento e solidificação de algumas acções estruturais, na consolidação de acções anteriormente planeadas no âmbito internacional e na apresentação de obras do seu repertório, em criação e também em reposições.
Sob a direcção artística de Henrique Amoedo, o grupo destaca ao DIÁRIO, no âmbito artístico, "Happy Island", a criação de La Ribot para o Dançando com a Diferença que teve a sua antestreia em Maio do corrente ano no MUDAS. Museu da Arte Contemporânea da Madeira. Já em Setembro aconteceu a estreia absoluta de "Happy Island", no Festival de La Batiê em Genebra e depois três apresentações, em Madrid (Espanha) no Festival Internacional de Artes Escénicas. Em Portugal, o Dançando com a Diferença teve o Teatro Viriato (em Viseu) como palco da estreia nacional desta criação, seguindo-se a Culturgest (em Lisboa), no mês de Novembro. "O ano de estreia deste espectáculo foi certamente o prelúdio para um 2019 que certamente marcará a intensificação do ritmo de apresentações de "Happy Island" no estrangeiro e também em Portugal", garantem.
2018 foi também um ano de reposições. "Endless" de Henrique Amoedo, coreografia que revisita a história do Holocausto, foi levado ao Brasil em Junho. Através do projecto Dançando com a Diferença: Arte, inclusão e Comunidade e com o financiamento do Fundo de Cultura de Goiás, Amoedo teve a oportunidade de juntamente com alguns bailarinos da Madeira e do Dançando com a Diferença - Viseu, levar esta obra a Goiânia, no estado de Goiás no Brasil. "Endless" voltou à cena em Dezembro, desta vez no palco do Teatro Viriato, no que marcou a primeira apresentação pública do Dançando com a Diferença - Viseu com um espectáculo da companhia-mãe.
Também "Doesdicon" de Tânia Carvalho, que estreou em 2017 no Teatro Viriato, teve durante este ano, um período de intensificação da sua circulação pelo país nomeadamente no Teatro Maria Matos (Lisboa); no Centro de Artes de Ovar (Ovar); no Teatro Municipal da Guarda (Guarda); no Teatro-Cine de Torres Vedras (Torres Vedras) e por fim no Teatro Virgínia (Torres Novas).
Mas não foi apenas no plano artístico que o Dançando intensificou a sua actividade. Em termos pedagógicos, o ano também foi repleto de iniciativas, dentro e fora de portas, vincando o trabalho do Dançando com a Diferença na promoção da Inclusão Social e cultural através da Dança Inclusiva, para jovens e adultos com e sem deficiência. Em 2018 encerrou-se o projecto "CAO Artístico Arte em Mobilidade" - Menção Honrosa do prémio BPI Capacitar 2016, que contou com a parceria da Secretaria Regional da Inclusão e Assuntos. Este ano também marcou o lançamento do projecto +INCLUSÃO ESCOLAS, numa parceria com a Secretaria Regional de Educação e desenvolvido com os alunos da Unidade Especializada da Escola Horácio Bento Gouveia. Este projecto visa a capacitação da autonomia e desenvolvimento pessoal de jovens com deficiência em idade escolar, com actividades da vida diária e competências de base para o desenvolvimento pessoal e social com vista à sua plena inclusão social, sempre inseridos em contextos aproximados do que encontram na vida real.
Fora de portas, começa a assumir relevância o Dançando com a Diferença - Viseu, iniciativa em parceria com o Teatro Viriato e com o apoio do Município de Viseu, através do Conselho Local de Acção Social.
Sobre este ano que agora finda, Henrique Amoedo, director artístico diz que 2018 "foi um ano em que assistimos dentro e fora da companhia a um crescimento exponencial das nossas actividades e isso trouxe-nos um relacionamento ainda maior. Um reconhecimento ainda maior pela qualidade estética dos espectáculos que apresentamos, mas também por todas as acções que desenvolvemos no âmbito educativo/pedagógico, que muitas vezes tem uma visibilidade menor mas que - sem dúvida alguma - promovem a capacitação das crianças, jovens e adultos com deficiência com quem trabalhamos. Para 2019, buscamos dar continuidade a este novo ciclo que 2018 nos proporcionou, cimentando as nossas actividades e aprimorando aquilo que já desenvolvemos. Vejo o próximo ano como um ano de continuidade e de maior crescimento no reconhecimento artístico da nossa companhia, temos previstos grandes períodos de circulação dos nossos espectáculos em Portugal e por toda a Europa, temos diferentes projectos em mãos na Madeira e em Viseu e com isto certamente focar-nos-emos naqueles para quem trabalhamos e para o cumprimento da nossa missão fundamental: modificar a imagem social das pessoas com deficiência".
Para o ano de 2019, Henrique Amoedo vê como maiores desafios de toda a estrutura do Dançando com a Diferença dois aspectos: "o primeiro deles refere-se à gestão do próprio crescimento da estrutura que é o Dançando com a Diferença. Temos que achar formas de continuar a crescer sem perder as nossas bases. O nosso crescimento não pode nos tornar menos humanos e mais distantes das pessoas". Como segundo desafio refere que "continua a ser difícil encontrar mecanismos legais para que haja reconhecimento académico das actividades desempenhadas por todos os que participam do Dançando com a Diferença. Há bailarinos que estão connosco há dezassete anos e tem uma qualificação académica baixíssima. Acho que temos que olhar para esta realidade de forma muito séria e pensar para a sua modificação. Este é um outro desafio e já trabalhamos na resolução desta situação há algum tempo. Espero que 2019 nos traga a conclusão deste longo processo".
Autor: Ana Luísa Correia
Publicado a 07 enero, 2019
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