Workshop forma para incluir
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Workshop forma para incluir
A Porta33 promove com a colaboração do grupo Dançando com a Diferença e do director artístico, Henrique Amoedo, um workshop de uma semana sobre inclusão nas artes, como vivenciam as pessoas portadoras de deficiência este universo e as suas propostas. A actividade destinada a professores, animadores socioculturais e profissionais de serviços relacionados com espaços culturais e educativos intitula-se ‘Como lidar? E agora? Um E.T. na exposição!’. Decorre de 9 a 13 de Abril, na Porta33, localizada na Rua do Quebra Costas, todos os dias, das 18h30 às 20h30.
Ensinar a melhor receber a população com necessidades educativas especiais e com deficiência é o objectivo desta formação, que foi dada por Henrique Amoedo primeiro em Lisboa, na Fundação Calouste Gulbenkian para os funcionários do serviço educativo desta instituição, e que agora será dado no Funchal a convite da Porta. Os participantes vão aprender a lidar com as pessoas com deficiência dentro de um espaço ligado às artes plásticas e vão também aprender a trocar os conteúdos artísticos passando-os para linguagens mais simples, adaptadas para que todos possam fruir e chegar à obra de arte e aos espaços culturais, adiantou Henrique Amoedo.
Este workshop, convida a organização, “envereda pela aplicabilidade e trato nas questões dos serviços educativos através da sensibilização e compreensão do corpo e necessidades das pessoas com deficiência que visitam os espaços culturais”. “A imaginação, a limitação, o corpo e a vontade serão os pilares de orientação das propostas colaborativas a serem desenvolvidas, tendo estas como objectivo, o desenvolvimento da capacidade de observação, compreensão e reacção a questões que buscam a mudança de hábitos na fruição dos espaços culturais”.
A formação passa pelas estratégias e pelas tecnologias, desde o mais tradicional braile até às impressões em 3D e relevo que podem ser aliados desta causa. Dará ainda especial atenção aos profissionais que trabalham regularmente nestes espaços e com conteúdos artísticos, ajudando-os a criar laços com este público.
Mais abertura mas ainda
um caminho a fazer
Se antes havia pouca abertura às pessoas portadoras de deficiência, desde então as coisas têm vindo gradualmente a mudar, acredita Henrique Amoedo, este ‘Como lidar? E agora? Um E.T. na exposição!’ é uma manifestação dessa abertura. Muitos museus e galerias já têm a preocupação de incluir, assim como nas artes cénicas há cada vez mais espectáculos adaptados. “É uma coisa que vem crescendo e é bom, porque as pessoas acabam tendo mais acesso, mas depois há poucas pessoas que fazem. Se pegarmos por exemplo na áudio descrição, são pouquíssimas as pessoas em Portugal que sabem como lidar com isso ou como fazer uma áudio descrição”, lamentou. As formações, defende o director artístico do grupo de dança com bailarinos com e sem necessidades especiais, são importantes precisamente para dar ferramentas aos profissionais para melhor lidarem com a diferença e incluir.
Por outro lado, há também um trabalho a fazer do outro lado, do público-alvo. O criador do Dançando com a Diferença fala de uma divulgação específica que tem de ser feita para chegar a este grupo. Na realidade, sente que é um trabalho de formação de um público muito específico. “Você tem de formar novo público para que ele passe a encarar isso como uma actividade normal”. O trabalho tem de ser feito dos dois lados e ao mesmo tempo, quase, na opinião do especialista.
A participação no workshop ‘Como lidar? E agora? Um E.T. na exposição!’ está sujeita a marcação prévia. Esta formação está em processo de validação pela Secretaria Regional da Educação (10 horas). Os interessados devem contactar a Porta33 para se inscrever ou obter mais informações através do endereço de correio electrónico [email protected], ou do número de telefone 291743038.
Fonte: Diário de Notícias (Madeira)